"Pode ser que sim. Pode ser que não. Não posso garantir." - in Astérix, A Volta à Gália

21.2.06

Os Tuguíadas

Directamente da gaveta, onde estavam a ganhar pó há anos e onde provavelmente deveriam continuar para todo o sempre, aí vão umas versalhadas, muitas das quais provavelmente datadas. A única regra seguida foi a de respeitar a rima e a métrica do original. Na altura, não sei porquê, achei que teria piada atribuir a coisa a um tal de Juiz de Lafões. Aos abrigos.

Canto I

As loiras e os machões, enamorados,
Que, por Lagos, na praia de Don'Ana
Se ajuntam, uns aos outros abraçados,
Fumando charros, haxe, marijuana,
Até mais não poder, mui bem pedrados,
Por ser a vida assim bem mais bacana;
Ao sol, os corpos mais não se queimaram,
Pois c'os cremes as peles besuntaram.

Nos bares, nos cafés, gajas jeitosas;
A sua sorte os homens vão tentando:
Pagam-lhes copos, dão-lhes flores — rosas,
Orquídeas, cravos — lá vão engatando;
Muitas delas reagem, furiosas,
Quaisquer avanços sempre recusando;
Dançando aqui, ali, em toda a parte,
Os engates prosseguem, e com arte:

P'ra elas um moreno, italiano,
Quiseram, de olhos claros, e escolheram;
Não procuram nenhum samaritano,
Criatura que todas já esqueceram;
O bom macho latino, o lusitano,
Aquele a quem os copos aqueceram,
Dança, tropeça, grita, fala, canta,
E, vendo uma sueca, diz que é santa.

(continua, lamento informar)

2 comments:

Anonymous said...

Grande Capitão! Decidiste então finalmente partilhar os teus Tuguíadas com os comuns mortais! Sejam benvindos e vamos lá a esses cânticos.

José, o Alfredo said...

Ogrónio jante é muito bom! Como diria o outro, a malta grama é do anagrama! Aparece mais vezes, Capitão. É bom ver-te, nem que seja por aqui.