"Pode ser que sim. Pode ser que não. Não posso garantir." - in Astérix, A Volta à Gália

26.4.06

Tuguíadas I, 71/72


Inda agora se fez outra boutade:
O caso do Paixão já se arquivou,
Não por não ter havido alarvidade,
Só que o acusador não acusou.
Parece virtual realidade,
Pois o Jacinto a fruta mastigou,
Lavada e descascada, foi um figo!
Eu bem tento entender, mas não consigo.

E no meio de tanta porcaria,
De tanto que é famoso e fica arguido
(Ele é café com leite, é frutaria)
E vem depois dizer “Fui ofendido”;
Em Gondomar ou cá, na Mouraria,
Nunca nada se vê bem esclarecido:
Raras vezes se faz o julgamento,
Fica tudo no reino do cinzento.

(...)

3 comments:

L. Rodrigues said...

Os Tuguíadas ganham de facto outro magnetismo quando impregnados de actualidade.

Especialmente revelam mais sobre a espontaneidade da veia e a verve do poeta. Coisas que o tempo depositado sobre os anteriores mascarava.

Numa palavra: sem dúvida que me apraz congratular-te por estes acintosos, incisivos e corrosivos versos inspirados por tão nebulosa e perplexificante situação.

José, o Alfredo said...

Congratulo-me é por haver quem vá lendo a coisa.

Anonymous said...

Junto-me ao Luís. Com poesia a actualidade não se perde mas ganha outro fôlego. E em cada adjectivo se encontra o perfume que uma prosa, mesmo bem escrita, não consegue espalhar pelo texto.