"Pode ser que sim. Pode ser que não. Não posso garantir." - in Astérix, A Volta à Gália

6.4.06

Tuguíadas I, 67/70 (Ah pois é) (so sorry)


Dois anos se passaram… E entrementes
Pouco ou nada se andou nas julgaduras,
Para além dos famosos incidentes:
Um deles recusar magistraturas,
Os outros ‘inda mais impertinentes.
Esta justiça inveja às ditaduras
É de meter: se bem te não lembravas,
Nem mesmo antes de Abril assim penavas.

O Sampaio que era o Presidente,
O Jorge das palavras palavrosas,
Ao Souto do bigode saliente,
Procurador das gafes horrorosas,
Parecia temer, estranhamente,
Ia sempre suportando as copiosas
Burradas ou burrices, pois então,
Do Moura, inenarrável macacão.

O caso do jornal que nos contou
Do envelope nove: num momento
Diria que o Sampaio se zangou,
E lá se foi o Souto ao parlamento
P’ra se justificar, mas não falou
Pois antes foi ganhando adiamento.
Até que um dia, logo p’la matina,
“Mãos ao alto” na prensa matutina!

Já muitos lhe pediam demissão
Do Moura dos bigodes marafado,
Mas sempre o presidente diz que não
Corre, por bem da pátria, o desgraçado
E sempre lhe mantém sua função.
Lá se fica o país mais desgastado
De tanta inexplicável teimosia.
Ai! O que nos calhou na lotaria!

(...)

Nota: De hoje (incluído) em diante, sem que nada nem ninguém o justifique, os Tuguíadas continuam, o que já de si não augura nada de bom, mas agora em tempo real. Ou seja, o que estava na gaveta já lá vai, para alívio da própria gaveta. O Desinfeliz promete, apesar de algum acrescento de actualidade, manter ou até elevar o nível de inconsequência e canastrice.

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