"Pode ser que sim. Pode ser que não. Não posso garantir." - in Astérix, A Volta à Gália

13.3.06

Tuguíadas I, 31/33


(...)

Da fina flor, da reles chungaria,
Do torresmo ou da mais fina lasanha,
Da velha Baixa à nova baixaria,
Todos querem saber quem mais se amanha,
Todos sonham ganhar a lotaria.
Mas para merecer sorte tamanha,
Tal como lá nos reza a velha história,
Há que estender a mão à palmatória.

Vede o recente exemplo, que deu brado,
Da tal Moderna escola: triste caso!
O Gonçalves, reitor, p'ra ser guiado,
Carros tinha, cinquenta, por acaso.
E aquele que se fez tão viajado,
Calheiros de seu nome, que deu azo
A dizermos que há os que sossegam
Porque pagam a outros, que sonegam.

Dizem muitos que leva vida bela
Aquele moço Lopes, que é Santana,
Leva por dia nova zurzidela:
Ora são saias, ora sai bezana;
Mas prova nunca vi: onde está ela?
Mil vezes repetida nos engana:
Mentira, que da língua viperina
Se solta, e todos crêem cristalina.

(...)

Nota: Relembro que estes arrazoados são bastante antigos. No caso concreto, muito anteriores à passagem do moço Lopes por S. Bento. Dos tempos em que nada indicava que o moço Lopes algum dia chegaria a poder propor a Joana Lemos como ministra. Claro que o interlocutor era o presidente-modelo, mas ainda assim dá para avaliar o grau de ressaca... O verso "Mas prova nunca vi: onde está ela?" perdeu, nesse momento, todo e qualquer sentido, supondo que alguma vez o teve.

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