"Pode ser que sim. Pode ser que não. Não posso garantir." - in Astérix, A Volta à Gália

15.3.06

As Muralhas de Jericó - a sequela


Na versão original do filme, já muito antiga, as muralhas de Jericó caíam ao som de trombetas. Josué conduzia as hostes de Israel, após a morte de Moisés...

A sequela, exibida ontem em todos os ecrãs do planeta, traz a acção para os nossos dias sem perder o essencial da história. Josué é Ehud Olmert, que sucede a Ariel Sharon, um Moisés ainda não tecnicamente mas suficientemente morto. As alterações mais significativas são os bulldozers no lugar das trombetas, a bem da credibilidade do argumento, e a motivação da acção: enquanto no original se tratava de tomar posse da terra prometida, na sequela esse desiderato maior surge simbolizado no objectivo mais imediato de prender uns quantos sujeitos que já estavam presos.

Quanto aos bulldozers, nada a opor. Todas as experiências levadas a cabo em tempos recentes têm demonstrado que são muito mais eficazes que as trombetas, quando o que se pretende é deitar paredes abaixo. Quanto à missão, ela não é tão diferente como pode parecer aos espectadores menos atentos. Em última análise, trata-se de garantir a posse de um território sobre o qual possa vigorar a lei.

Claro que os críticos mais exigentes, como o nosso MNE Freitas do Amaral, não vão apreciar. Mas que o filme é bom, é. E que é bom saber que há gente que luta por aquilo que os outros gostam de apregoar, também é. Com trombetas, com bulldozers, com o que houver e tiver que ser.

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