"Pode ser que sim. Pode ser que não. Não posso garantir." - in Astérix, A Volta à Gália

24.3.06

A falta que as palavras fazem


Há quem não, mas eu gosto das palavras. E tenho um especial carinho pelas que não existem. Felizmente não sou o único. Não digo que há alguém que me compreende, porque não gosto de exagerar, mas digo que esse gosto pode dar nisto (tanto que pode que deu; não sei quem é o autor, cheguei lá via Pinker):

Sally Salter, she was a young teacher who taught,
And her friend, Charley Church, was a preacher who praught;
Though his enemies called him a screecher, who scraught.

His heart, when he saw her, kept sinking, and sunk;
And his eye, meeting hers, began winking, and wunk;
While she in her turn, fell to thinking, and thunk.

In secret he wanted to speak, and he spoke,
To seek with his lips what his heart long had soke,
So he managed to let the truth leak, and it loke.

The kiss he was dying to steal, then he stole;
At the feet where he wanted to kneel, then he knole;
And he said, "I feel better than ever I fole."

Noutro registo, mas sem mudar completamente de assunto: o The New Hacker's Dictionary vem preencher muitas lacunas na palavrada disponível, e nem todas serão para uso exclusivo da classe.

Há de tudo:

verbos, como depeditate (o equivalente a decapitar mas aplicado aos pés; utiliza-se, por exemplo, quando se corta a parte de baixo de qualquer coisa no acto de imprimir);

adjectivos, como barfulous (que se aplica a qualquer coisa que faça seja quem for barfar, ou seja vomitar), ambimoustrous (alguém que é capaz de operar um rato com ambas as mãos), bozotic (o que tem a qualidade do Bozo the Clown) ou pessimal (o oposto de optimal, obviamente);

e substantivos vários, como o fabuloso marketroid (que designa um membro do departamento de marketing de uma empresa).

1 comment:

Anonymous said...

Penso que o autor Pode ser uma tal de Phoebe Cary (1824-1871), e chama-se «The Lovers» (ver http://www.2020site.org/poetry/cary.html e http://www.cs.rice.edu/~ssiyer/minstrels)

Já agora, sugiro uma espreitadela também ao seguinte lugar: http://www.ling.upenn.edu/~beatrice/humor/ - tem esta e outras peças de Linguistic Humour bem engraçadas.

Have fun!

PS - O tal almoço é que,... coiso... não é?

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