Agora, neste tempo pós-Pauleta,
Em que tudo se vai substituindo:
O que era antigo vai para o maneta,
Do futuro os portais se vão abrindo;
Faz o teclado as vezes da caneta,
Vai-se um texto a si mesmo corrigindo…
O que as humanas gentes avançaram
Nos anos muito poucos que passaram!
Veja-se o velho mundo renovado:
De tudo o que é passado faz razia,
Por cada zingarelho que é lançado
Ficamos c’uma nova velharia;
É tanto bem tão mal desperdiçado,
Em nome de ter mais tecnologia!
Mas quando a nossa Terra sustentar-te
Não puder, que farás? Viver em Marte?
(...)
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As saudades que tínhamos
Dos Tuguíadas para ler
Aqui ao Desinfeliz vínhamos
E nos íamos sem os ver
O que faltava ao Desinfeliz?
Juízo não era concerteza
Os Tuguíadas não o faziam feliz?
Ou faltava-lhe a inspiração acesa?
Assunto não faltava com certeza
Sobrava era a preguiça pesadona
A chamada apagada e vil tristeza
A mesquinha modorra molengona...
Mas devo agradecer a gentileza:
Talvez um almocito cá na zona?
Na Tasca do Zé Russo, sexta-feira,
Para as belas das iscas à maneira?
Iscas sejam, senhor alfredo
Mas não nesta sexta-feira
Não porque haja algum segredo
Mas porque há assuntos na eira
(Agradecido pelo convite).
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