"Pode ser que sim. Pode ser que não. Não posso garantir." - in Astérix, A Volta à Gália

11.6.07

Tuguíadas com concorrência de peso


"(...)
E entre gente remota identificaram
Novo reino, que tanto sublimaram.
"
Aníbal Cavaco Silva, P.R.P., 10/6/MMVII

O Desinfeliz é edificante! O Desinfeliz é um marco na História! De Portugal e da Literatura! O Desinfeliz é a vanguarda, não da classe operária, que está em total declínio e não interessa a ninguém, mas da classe apolítica, que é em si mesma a vanguarda, para não dizer a herdeira, da classe política, também ela inapelavelmente ultrapassada pelo espírito dos tempos.

A classe apolítica, superiormente representada pelo Presidente Aníbal Cavaco Silva, num breve mas elucidativo momento de desinspiração, que não pode senão ter sido inspirado no Desinfeliz, assinalou o 10 de Junho com uma versão alternativa d'Os Lusíadas. Apresentado ao Mundo, incluindo Portugal e as Comunidades Portuguesas, como uma referência a Camões, tratou-se na verdade de um discreto piscar de olhos a'Os Tuguíadas (para não lhe chamar plágio).

Cavaco, um homem mais pragmático e menos auto-limitado que o Desinfeliz, levou a sua versão d'Os Lusíadas mais longe, em termos formais. Tomou liberdades com a métrica, acrescentando uma sílaba, coisa que o Desinfeliz tem tentado evitar. Mas é isso que se espera de um Presidente, e que não se pode exigir a um mero blog: acrescentar qualquer coisa. Para atadinho, já tivemos o Sampaio.

3 comments:

Anonymous said...

10/6/MMVII, se não te importas.
Não vais queres mudar o dia de Portugal e o restante, por causa do Aníbal, vais?

José, o Alfredo said...

Eis uma verdadeira lição de humildade. Quem cospe para o ar e não se desvia a tempo ou não tem em conta o vento... Obrigado pela atenção.

Anonymous said...

Pois eu cá acho que a isso se chama "liberdade" de expressão. Os Lusíadas, tal como os Tuguíadas, são uma coisa nossa, uma coisa de todos, herdada de Luíz Vaz, homem plebeu. O Sr. Presidente concerteza sabia que o dito Luíz Vaz adoeceu, pouco antes de morrer no Dia que agora é de Portugal, num período conhecido na História pelo nome do "tempo das alterações". Talvez por isso, talvez pela "liberdade" de expressão, talvez por ser presidente, se permitiu a esse devaneio. Mas eu continuo partidário dos Tuguíadas.