"Pode ser que sim. Pode ser que não. Não posso garantir." - in Astérix, A Volta à Gália

18.5.07

Este já está



Isto da net em geral e dos blogues em particular e de uma pessoa aproveitar essas maravilhas dos nossos dias para dizer o que realmente quer, isso tudo tem que se lhe diga. Então não é que, pelos meus anos, alguém me ofereceu mesmo os Filhos de Húrin?

Quem, por esta altura, se achar demasiado fora de jogo, é favor descer um pouco por aí abaixo e ver, nem que seja de relance e na diagonal, um post anterior intitulado Ler ou não ler, comprar ou não comprar...

A história, não tendo mudado, não está nada mal cosida (1 ponto para Christopher). Deu-me até a ideia de estar um pouco aligeirada (não no sentido mais semântico mas no sentido mais literal, ou seja, contada em menos palavras e eventualmente num estilo um pouquinho mais upbeat e uptodate; o que, a ser verdade, retira o tal ponto já atribuído a Christopher, no meu entender, mas posssivelmente acrescenta-lhe mais 2 ou 3 pontos no entender de quem esteja a ler a história pela primeira vez e nunca a tenha visto mais au naturel).



O preço (versão em inglês, Harper Collins, capa dura, €24,75) também tem que se lhe diga. A mesmíssima coisa que eu tinha visto na Fnac (tradução, Europa-América, capa mole) custa agora 22 euros e picos. Pelos vistos, passei ao lado de uma pechincha, até porque aquilo era uma série numerada e tudo... Mas onde eu quero chegar é aqui: se a edição inglesa de capa dura chega cá a 2 euros mais que a local de capa mole, quanto mais será preciso roubarem-nos até que o povo se revolte e defenestre alguém ou deixe pura e simplesmente de reciclar embalagens, pagar impostos e fazer pisca-pisca (os tontos como eu, que fazem essas coisas)?

Quanto ao velho Túrin propriamente dito, foi com algum prazer que o reencontrei nas suas atribuladas e literalmente malditas vidas. Master of doom, by doom mastered. Não sei se, no vastíssimo universo Tolkieniano, não será o personagem com mais cognomes, heterónimos e nicknames. Para além do Turambar, que me estava bem agarrado aos neurónios, ele é o Adanedhel, ele é o Agarwaen, ele é o Bloodstained, ele é o Dread Helm, ele é o Gorthol, ele é o Neithan, ele é o Mormegil (o meu favorito pessoal), ele é o Wildman of the Woods, ele é o The Wronged, ele é o Bane of Glaurung, ele é o The Black Sword... (Não se aceitam reclamações de puristas a dizer que há aqui repetições do mesmo nome em línguas diferentes. Eu é que escrevo isto e faço como eu quero.) Claro que, em comparação, a desgraçada da irmã faz fraquíssima figura, com apenas o nome de nascença (Nienor) e um posteriormente adquirido (Níniel).

Eu, nem que seja a mim próprio, recomendo. Agora que se acabou vou continuar com something completely different que já andava a ler: o velho Rushdie, com o seu Shalimar the Clown. Do bom e do melhor.

5 comments:

L. Rodrigues said...

Em compensação, as palavras de segurança para comentar os blogues estão cada vez mais compridas e dificeis de ler...

José, o Alfredo said...

Começa a tornar-se muito difícil distinguir uns de éles, maiúsculos de minúsculos, zeros de ós, is gregos de quatros árabes... Temo seriamente que comecem a aparecer caracteres chineses ou mesmo élficos. Tanta coisa só para uma pessoa se poder exprimir ou espremer um bocadinho.

Unknown said...

Segundo inscrição, a vermelho, em baixo, para aqui comentar alguma coisa é necessário escrever: qibgfjnx , já está! Mais tarde já comento e para mim era um Porsche 911 Carrera 4 Cabrio azul escuro e estofos de couro... pronto lá fiz asneira e,afinal é para escrever skjhig...

José, o Alfredo said...

Para se conseguir um Porsche 911 Carrera 4 Cabrio, seja de que cor for e mesmo sem estofos de couro (se é que fazem), há que fazer um ou outro pequeno sacrifício. Escrever qibgfjnx ou mesmo skjhig não me parece desproporcionado.

Anonymous said...

Não se metam nisso. Um Porsche Carrera 4 Cabrio (que jamais aconselharia a alguém por se tratar de um conversível, o que não é compatível com esses belos produtos dessa marca bávara) só pode e deve ter estofos em couro, eléctricos e com memórias (pelo menos 3).