"Pode ser que sim. Pode ser que não. Não posso garantir." - in Astérix, A Volta à Gália

13.2.07

Pérolas Vermelhas (V)


Hoje em destaque temos o camarada Lazar Kaganovitch, a.k.a. Lazar de Ferro, o ferroviário-mor do imenso país do sovietes. O responsável pela CP da CCCP.

Em parceria com um sujeito chamado Leonid Utesov, escreveu um manual intitulado Como Organizar Conjuntos de Canto e Dança e Orquestras de Jazz nos Caminhos-de-Ferro. A páginas tantas, o manual decretava a necessidade de constituir, implementar e manter em acção uma banda de dzhaz em cada estação de comboios soviética.

Há que reconhecer que sempre seria melhor do que os Mários Matas dos corredores do metro ou que os ceguinhos do acordeão, não desfazendo.

3 comments:

Anonymous said...

Olha que belo destaque e cá para mim deves ser daqueles que achas que A Bola é um jornal imparcial. É que este senhor, Lazare Moïsseïevitch Kaganovitch, para além da louvável obra que aqui é destacada, era um acérrimo seguidor do camarada Estaline. E não era só de engenharia que, pelos vistos, se destacou. Reza a História que esteve associado a umas quantas purgas políticas e foi responsável, entre outros, da ordem de execução de 25.700 polacos, dos quase 15.000 eram prisioneiros de guerra. Depois da morte do Zé dos Bigodes perdeu influência e juntou-se a outro, não menos conhecido colega de tendência ultra-autoritária que dava pelo nome de Molotov, fomentando uma intriga para eliminar Khrouchtchev. Um belo espécime, saiu-me este Kaganovitch.

José, o Alfredo said...

Entretanto o manual há-de ter sido revisto, ou mesmo deletado, porque passados uns anitos o jazz foi proibido. Era demasiado quente para uma guerra fria...

Anonymous said...

Era um som do imperialismo, mas olha que mesmo depois da guerra fria, alguém disse de cima do seu fundamentalismo, que a Coca Cola era água suja do imperialismo e tinha (e tem) um nome mais fácil de decorar. Por isso, e mais uma vez, os senhores que inspiram a Pérolas Vermelhas têm, não o meu perdão, mas a minha complacência e gozam da minha tolerância e nalguns casos, da minha simpatia, quiçá, admiração.