"Pode ser que sim. Pode ser que não. Não posso garantir." - in Astérix, A Volta à Gália

5.1.09

Os enfaixados de Gaza


Não há como a Terra Santa para produzir milagres. Desde mares que se abrem a mortos que ressuscitam e à multiplicação ou transformação de géneros alimentares, o Antigo e o Novo Testamento estão repletos deles. Maomé deu-lhes digno seguimento e não faltam relatos de pequenos e grandes milagres na história das Cruzadas. Mesmo nos nossos dias, ímpios e prosaicos como são, é de lá que vem o milagre da concórdia quase universal. Só mesmo a Palestina para pôr skinheads e o Bloco de Esquerda de acordo, irmanados na condenação de Israel.

No Eixo do Mal, Daniel Oliveira ilustrou a sua visão do assunto brandindo uns mapas em que se via a progressiva redução do território destinado aos palestinianos ao longo dos tempos. Ele não o disse, mas presumo que o primeiro mapa fosse o de 1947. O mapa que Israel aceitou e os países árabes não.

Desgraçadamente, o problema não é que os extremistas de todo o mundo se unam no mesmo discurso. O problema é que os extremistas de lá, os da Palestina (sensu latu, incluindo os de Israel), não fazem outra coisa que não pôr esse discurso em prática. Enquanto assim for, não há quem consiga voltar à tal ideia do mapa de 1947, à tal solução original, à única solução possível: dois estados.

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5 comments:

Mike said...

Ninguém quer saber de mapas para nada, é tudo conversa fiada. A verdade é "o mapa que Israel aceitou e os países árabes não". O resto é a inveja dos que nada fazem nem nunca fizeram, até um território que mais não era que calhaus se transformar numa terra próspera. Depois há a comunicação social que acorda para a vida quando Israel responde, nunca quando é atacada. Uma arrelia para o Mundo, esta de ainda haver quem não se agache.

CPrice said...

tive o privilégio de ter tido uma "visão no terreno" através de um grande Amigo que lá esteve durante 3 anos .. o termo "sem solução" parece-me cada vez mais conclusivo em relação a este e a outros conflitos do género.

L. Rodrigues said...

Eu acho que há que distinguir entre "árabes" e "palestinianos".
Estou-me a borrifar para os árabes.

Os palestinianos, os de Gaza e da Cisjordânia (se percebo alguma coisa da geografia daquilo) só têm levado no toutiço desde que os Sionistas vergaram os ingleses.

(ok... eu sei que isto é um bocado a provocar, mas que se lixe)

José, o Alfredo said...

O maior problema dos palestinianos não tem sido o que os outros lhes dão no toutiço. O problema tem sido os árabes borrifarem-se para os palestinianos.

Mike said...

Ironicamente, ou não, os que se estão menos a borrifar para os palestinianos são os israelitas.