"Pode ser que sim. Pode ser que não. Não posso garantir." - in Astérix, A Volta à Gália

30.4.07

Ganhar em casa é sempre melhor


Foi o que fez o Olhanense. 3 a 1 ao Estoril. E já só falta um miserável pontinho para assegurar o objectivo (a manutenção). Simples, não é? Simples e algo contrastante com outras coisas que se vão vendo por aí, noutros palcos, e que nem dá vontade nenhuma de aprofundar.

18.4.07

O Desinfeliz errou



A estâncias 95 dos Tuguíadas havia um erro. Não quero com isto dizer que os Tuguíadas não sejam, na sua totalidade, um erro. Seria talvez presunçoso, na medida em que lhes estaria a atribuir um mínimo de relevância, que provavelmente não têm nem terão, e que, em boa verdade se diga, pouca falta lhes faz.

Os Tuguíadas, quais rosas, são os Tuguíadas são os Tuguíadas. Mas, tanto quanto possível, sem erros menores do género do que acabei de corrigir a estâncias 95 do Canto I (também conhecido nos mentideros por Canto Único).

Não vou fazer de conta que foi a Edite Estrela, ou o Pacheco Pereira, ou o Maradona, ou um descendente do Camões, ou o 24 Horas, ou mesmo o gabinete de comunicação do Primeiro-Ministro, que detectou o dito erro. Por muito que isso custe a estes e outros vultos e/ou entidades, fui eu próprio que me vi obrigado a dar com o gato e, logicamente, a emendá-lo.

Vem isto a despropósito de uma dúvida que me tem como que atormentado desde que me meti nisto dos Tuguíadas. Diz-se* que, algures no meio d'Os Lusíadas, há um verso errado, um verso que não rima ou que não bate certo na métrica, ou coisa que o valha. A dúvida que como que me atormenta é: a existir esse erro, os Tuguíadas deverão respeitá-lo ou corrigi-lo?

Perante a Obra e o Mestre, qual será o maior desrespeito? Copiar em tudo, até no erro, ou cair na tentação de o corrigir, que mais não é que uma ilusão de o superar nem que seja num mínimo detalhe? Não me é estranha a teoria do erro propositado, muitas vezes usada para 'explicar' os supostos 'erros' dos Mozarts ou outros génios. Nessa teoria, que tem o seu quê de Danbrownesco, o erro será a forma de o genial artista demonstrar a sua falibilidade, a sua mortalidade, a sua condição humana, imperfeita, não-divina.

Moral do post: se e quando descobrir o tal afamado erro d'Os Lusíadas, os Tuguíadas respeitá-lo-ão, ou não, consoante a ocasião.

* A fonte deste 'diz-se' há-de ser um prefácio de uma edição qualquer d'Os Lusíadas. Se alguém se interessasse ao ponto de querer saber ao certo, talvez eu me desse ao trabalho de procurar. Mas não garanto.

17.4.07

Ler ou não ler, comprar ou não comprar, eis as questões


Saíu hoje, se não me engano. Já o vi (na Fnac, a 20 euros e 7 cêntimos) e não o comprei por várias razões: os 7 cêntimos, claro; o facto de ser a versão portuguesa (Europa-América, ainda por cima); o facto de que já li esta história umas três vezes em outros tantos contributos do filho para a divulgação da obra do pai e vice-versa (Silmarillion, Unfinished Tales, The Book of Lost Tales - The History of Middle-earth, vol. II).

A história, em qualquer das versões, é forte e rica, para não lhe chamar densa. O personagem central, Túrin (o homem das mil alcunhas, das quais a única que me ficou foi Turambar) é um cromo dos mais difíceis que imaginar se possa. Comparadas com a vida deste sujeito, as noções de mau-fado e maldição são demasiado benignas. O destino do homem não é pesado nem pesadíssimo, é um pesadelo.

A questão é: conhecendo já três versões diferentes, valerá a pena comprar a quarta? Neste caso, a promessa de Christopher é de eliminar as contradições entre as várias versões quase em bruto que já foi publicando, acrescentando apenas as estritas e necessárias ligações para formar um todo coerente. O exemplo do Silmarillion leva-me a acreditar na promessa. As ilustrações do Alan Lee valem sempre a pena. Sendo eu um releitor quase compulsivo e provavelmente incorrigível, o mais natural seria dar por mim, um destes dias, a reler uma das tais versões em bruto. Ou seja: pelos vistos a questão está resolvida. É de comprar. Em inglês, naturalmente (só acrescento este pormenor porque, a comprar, não é obrigatório que seja eu a fazê-lo e, estando o meu aniversário já relativamente próximo, pode sempre haver quem esteja na dúvida entre o after-shave, a peúga e o Tolkien...).

16.4.07

Perder em casa é pior que empatar


Refiro-me, por enquanto, ao Olhanense. Ontem foi com o Leixões, ó *+#"%*!!! Derivado a estes e outros desideratos, infortúnios e afazeres (alguns dos quais de natureza turística, no plano interno, é certo, mas que mesmo assim afastam um desinfeliz dos seus teclados de estimação) este blog tem primado pelo recato. Pode ser que lhe passe brevemente, pode ser que não, não se pode garantir. Sá dê pã, como dizem os frogs.

2.4.07

Empatar em casa é melhor que perder




Estou a falar do Olhanense, claro, mas também de um modo mais geral. Noutro caso que pode vir à mente, não sei mesmo se o empate não se poderá vir a revelar melhor que a sacrossanta vitória. Essa conversa de que é muito bom uma equipa só depender dela própria não é uma verdade absoluta. Pelo que tenho visto do Benfica este ano, acho que é bem preferível ficar a depender também de outras equipas. Quanto ao Olhanense é que não me posso pronunciar muito, porque não tenho visto, mas ali onde está, na zona média-baixa da tabela, não me parece terrível.