
O Portas, que é ministro poderoso,
E que no seu jornal tanto zurziu
Tudo o que fosse mais indecoroso,
Mais tarde contra si virar-se viu,
Da suspeita, o vil rosto, tenebroso:
Será que na Moderna bem agiu?
Por ora vai escapando aos julgamentos,
Mas não já de prestar depoimentos.
E que dizer daquela horrorosa
Televisão de gosto indigente,
Que nos exibe a casa mais famosa
Onde se fecha a mais inócua gente?
Recheia-se a imprensa cor-de-rosa
Co'as caras desta malta repelente:
Sabemos, pois, quem foi que um peido deu,
E quem foi o que logo lhe bateu.
E bem longe estas mágoas nos levavam,
Bastaria tão só dar-lhes abrigo.
Mas a quem é que as mágoas apelavam?
Não sei se vou contar sequer comigo!
Fiquemos pois por essas, que já estavam
Contadas, por que não seja o castigo
Maior do que a lei dura, que mandava
Que ao menor pecador apedrejava.
(...)
No comments:
Post a Comment