DESINFELIZ DE JUÍZO

"Pode ser que sim. Pode ser que não. Não posso garantir." - in Astérix, A Volta à Gália

22.4.10

Blog ressurectus

Será o último estertor, uma réplica das paixões pascais ou apenas uma forma absolutamente inútil e inconsequente de queimar tempo? Não lhe vou chamar boa pergunta, até porque se pode dar o caso de serem algumas três e nem sequer prestarem para nada, mas também não vou tentar responder.

O facto é que, não tendo muito mais que fazer, não estando com vontade nenhuma de aparecer no Facebook a dizer coisas, e apetecendo-me dizer coisas, isto aqui — o Desinfeliz — é indubitavelmente um sítio exclusivamente dedicado a eu dizer coisas, pelo que se torna apropriado.

Feito o aviso, que é como aquele sinal da passadeira no deserto, que o raio do meu google não conseguiu encontrar, vou fazer como a outra. Vou dizer coisas. Tomai e, como soi dizer-se, comei.

28.5.09

Desejos e realidade

Os meus desejos eram o que eram. A realidade, essa inesgotável caixinha de surpresas, foi que:

1. O Manchester, mesmo sem as camisolas encarnadas, parecia mesmo o Benfica (o Benfica de Quique, mais concretamente)

2. O Cristiano Ronaldo parecia mesmo o Cristiano Ronaldo (o da selecção)

3. O Ferguson esteve de tal modo ao nível Quique que o árbitro nem teve que fazer nada para ajudar o Bardajona

3a. Partindo do princípio de que o Messi tinha os sapatos todos calçados quando marcou o golo (não me apeteceu ver o jogo com muita atenção, quanto mais as repetições)

3b. Partindo também do princípio de que um golo de cabeça do Messi não é sinónimo de jogo perigoso

4. Para gáudio dos amantes da modalidade, o Bardazona ganhou o seu terceiro caneco de campeão europeu (ultrapassando assim o Benfica, o que é triste)

5. (e o Febóquelupârto também, que é o que é)

6. Apesar de várias tentativas bem intencionadas, ninguém foi capaz de partir uma perna ao Puyol

7. Por todas as razões acima expostas foi uma porcaria de uma final

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27.5.09

Se não fosse pedir muito...


Ao contrário dos famosos prognósticos, que se guardam sabiamente para depois dos jogos, os desejos só têm sentido se se exprimirem antes. Cá vão então os meus:

1. Que o Barcelona brilhe intensamente

2. Que o mundo do futebol se babe incontidamente com o fulgor, a magia e a arte do Barcelona

3. Que, para além do Messi, do Henry, do Xavi, do Iniesta, do Eto'o e dos outros todos, também o árbitro ajude o Barcelona, como lhe compete

4. E que os árbitros assistentes, e o próprio quarto árbitro, não se esqueçam de fazerem o que puderem pelo Barcelona

5. Que os postes e a barra da baliza do Manchester fiquem negros de tanta bolada tão lindamente esbarrada nos mesmos

6. Que no fim ganhe o Manchester United

7. Que isso seja com um golaço do Ronaldo e/ou uma desatenção do árbitro e/ou um frango de todo o tamanho

8. Ou então nos penáltis

E é só isto que eu desejo para o embate. Se não for possível isto tudo, abdico tranquilamente dos cinco primeiros desejos e dos dois últimos. Desde que o Barcelona perca, por mim tudo bem.

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18.5.09

Grandes môces!


Cantemos todos a hora é de Festa
O Olhanense vamos apoiar
Não há alegria maior que esta
A nossa equipa unida a jogar

Jogaremos mais e melhor
Lutaremos com arte, alegria
E sentiremos de novo o ardor
Do renascer da alma Algarvia

Olhanense, Olhanense, à vitória
Bradam vozes das gentes de Olhão
A nossa força é a nossa história
És nosso clube, nosso campeão



E com saudade alguns recordamos
Os passados momentos de glória
Com muito treino e coragem façamos
Brilhar de novo a chama da vitória

Olhanense em ti confiamos
Tens contigo o calor da mocidade
E orgulhosos todos te aclamamos
Tu és a alma da nossa cidade

Olhanense, Olhanense, à vitória
Bradam vozes das gentes de Olhão
A nossa força é a nossa história
És nosso clube, nosso campeão

9.5.09

QuiqueOff

Hoje estarei de regresso à Luz, após um breve parêntesis de duas ou três jornadas. Levo todos os apetrechos necessários: cartão de sócio, que é também de ingresso nas instalações, cachecol, dose generosa de pachorra, lenço branco e colecção de pequenos cartazes. Nesses cartazes o que se pretende é manifestar o apoio ao clube e à própria modalidade. Aqui ficam alguns exemplos que, a serem postados num blogue de maior frequência e audiência, poderiam até inspirar mais aficionados e criar uma espécie de twitter gigante no terceiro anel:

QUIQUEOFF

FREEQUIQUE

QUIQUERUN

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19.3.09

Quique, o Flores


Devo confessar, se é que nunca o fiz, que fui um dos que começaram por acreditar. Acreditei, talvez num caso clássico de wishful thinking, que o homem gostava de bola e percebia de bola. Ali por alturas dos jogos em casa com o Nápoles e com o Zbordn, para além dos resultados agradáveis, ficou a nítida sensação de que estávamos a começar a jogar à bola. Depois foi o que se viu.

Confesso que, ainda antes disso, comecei por ir atrás da conversa. Creio mesmo que terá sido isso, a conversa, que cativou o Rui Costa. Aliás, passada quase uma época inteira, não vejo o que mais pode ter sido. Agora, já deu para perceber que nem a conversa se aproveita.

Que o homem afinal percebe muito menos do assunto do que o Benfica deve exigir a um apanha-bolas, quanto mais ao treinador, foi-se tornando penosamente evidente jornada a jornada. A passagem pela Taça UEFA foi pura e simplesmente patética, e mais ainda se se pensar que tudo começou com a tal noite quase épica do afastamento do Nápoles.

Aquela coisa de jogar com dois trincos contra quem quer que seja pode ser uma óptima solução para o Benfica de Castelo Branco, sem desprimor, mas nem isso é garantido. Para o Sport Lisboa e Benfica é que não é, certamente. Ainda por cima quando, atrás disso, vem o desaproveitamento do Ruben Amorim. E, atrás deste, o esbanjamento do Aimar no lugar que devia ser o do Nuno Gomes, que, por sua vez, passou a ficar no lugar que devia ser o do ponta-de-lança preferido, ou seja, respectivamente, o banco e o Suazo.

Dos casos do Léo e do Quim seria melhor nem falar, tal a náusea que me provocaram logo de início. Não contente com deitar para o lixo o único lateral de verdadeiro nível que tivemos nos últimos anos, o homem conseguiu queimar nesse lugar um dos óptimos centrais que tem à disposição. E ver o Moretto outra vez na baliza era coisa que não lembrava nem aos Super Dragões.

Tudo isto existiu, tudo isto é triste, mas o pior de tudo é a cobardia. A cobardia dos dois trincos é exasperante, mas a malta, ao longo destes últimos anos, já viu tanta coisa que podia pensar que era apenas estupidez, e não cobardia. Semana após semana, vi o Benfica ter medo do Estrela da Amadora, do Setúbal, do Nacional, do Paços de Ferreira, e tudo isto na Luz. Estranho. Mas quando a coisa chegou ao ponto do regozijo com o empate no Dragão, da maneira que foi, toda e qualquer réstia de tolerância acabou. Até para a estupidez há limites.

Claro que ter medo do Zbordn em Alvalade, a pontos de deixar o Zbordn brilhar e só não chegar à cabazada por alguma falta de sorte, também não ajudou. Mas o bichinho do matematicamente possível foi sempre adiando o cada vez mais justificado e necessário lenço branco.

Agora até o matematicamente possível foi às urtigas. Não na matemática pura, aí ainda não. Mas, na matemática aplicada à bola, as possibilidades de o Benfica ser campeão são exactamente as mesmas de o Leixões ser campeão, ou de um árbitro marcar um penálti contra o Febóquelupârto. E nem é tanto por termos perdido com o Guimarães, porque se fosse só isso ainda se aplicava o princípio do matematicamente possível. É pela maneira como foi e, mais ainda, pela conversa depois do jogo.

A substituição do Cardozo pelo Nuno Gomes é horrível, mas não era nada que não se esperasse. Vir dizer, com ar de virgem ofendida, que eu e os outros quarenta e oito mil otários tínhamos assobiado o desgraçado do Cardozo, e não a cobardia da substituição, é duplamente cobarde, é nojento e não tem desculpa. Minha, pelo menos, já não tem nem voltará jamais a ter.

Espero que o Rui Costa e o Vieira se deixem de flores e não demorem demasiado tempo a tratar o homem pelo que o homem é: Quique, o Cobarde.

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15.3.09

Ontem, hoje e amanhã

Ontem, na Luz, acabou-se. Custa dar os parabéns ao Febóquelupârto, mas o que haja de fair play nas profundezas da desilusão assim o impõe.

Já hoje, logo pela fresca, no José Arcanjo, quatro secos ao Portimonense, incluindo hat-trick de Djalmir, dos de letra, com os três seguidinhos, praticamente garantem a subida do Olhanense, se bem que o título ainda não.

É assim a vida. O mais chato é não se poder exterminar o Flores.

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